Filha de uma grandessíssima p…

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Eu sei que começar um texto com o título “Filha de uma grandessíssima p…” não é bonito, mas já vai perceber tudo!

Aqui fica um excerto dos eventos no maldito dia 8 de abril de 2021. Faz parte do ‘Tubarões Voadores II’, que continua na gaveta electrónica, à espera de ver a luz do dia, não por falta de melguice deste vosso criado!


(…) Assim andámos alegremente, com desvios mínimos a esta receita, à excepção dos fins de semana, em que acompanhava a família no passeio matinal ao Parque da Bela Vista, Monsanto, ou qualquer outro local verdejante da capital. Chegámos então ao dia oito de abril, véspera do aniversário da Nina, em que o PT Nuno Correia estava particularmente malvadão. Esse treino foi todo em torno da maldita barra com 40 quilos, que levantei dúzias de vezes de todas as formas e feitios. Apesar dos guinchos de dor estava razoavelmente orgulhoso da minha performance e até estava a apreciar o treino invulgarmente intenso, não fora um whatsapp que a Paula contabilista me tinha enviado minutos antes, que dava conta de um lucro em 2020 na casa dos seis dígitos, o que iria equivaler a um IRC catastroficamente alto.

Percebi mais ou menos imediatamente que a Paula estava a incluir as verbas que recebemos de incentivos variados, muitos dos quais a serem reembolsados e, como me é habitual, forcei-me a estabilizar as emoções, porque tudo se iria resolver e a solução jamais incluiria abdicar da tão merecida estabilidade financeira que finalmente tínhamos alcançado com tanto esforço.

Apesar disso, bastou um momento de preocupação imiscuir-se no meu centro de atenção ao que estava a fazer e, na oitava repetição do terrível levantamento dos 40 quilos desde o chão até ao queixo, coloquei o motherfucking peso no motherfucking músculo errado e, como as motherfucking Leis da Física não perdoam, rebentei com o lombar-cruzado, numa explosão de dor para a qual ainda não foram inventados adjectivos. Já experimentei muitas e variadas aflições, mas esta filha de uma grandessíssima p#ta conseguiu cilindrar todas.

Seguiu-se uma sessão de alongamentos violentos, para tentar meter o bicho no sítio, mas seriam necessárias semanas para conseguir experimentar um pequeno vislumbre de conforto, que só chegava com duas, ou quatro, ou doze, cápsulas de Voltaren 25, para além do gel da mesma marca e, até, o insólito bálsamo de tigre que a Nina tinha comprado na Go Natural. Só espero que não seja uma chinezice à base de matança de tigres.

[…saltemos quatro meses no tempo e algumas aventuras, nomeadamente a captura de dois tubarões Mangona no Brasil…]

“Isto está muito mau!” foram as palavras proferidas pela neurologista, depois de olhar para a ressonância magnética que tinha feito pouco tempo depois de regressar do Brasil. Quando virou o écran, para que eu a pudesse vislumbrar, não precisei que me explicasse as imagens, porque a protuberância entre as vértebras L4 e L5, que praticamente atravessava o nervo que acompanhava a coluna, era por demais evidente. A hérnia L5/S1, a minha primeira, também lá estava e era visível como o disco comprimia o nervo, empurrando-o talvez até um terço do seu calibre. A L4/L5, contudo, praticamente o atravessava, comprimindo-o com maldade requintada contra o dorso.

A médica complementou a sua observação com “Esta é a pior que vi nos últimos tempos…” e despedimo-nos, depois de me aconselhar a ter extremo cuidado em todos os movimentos, bem como procurar um ortopedista, que me pudesse recomendar caminhos a seguir, com a potencialidade de remover a malvada cirurgicamente cada vez mais presente no ar e na minha cabeça.

Mas essa é outra história…


Se gosta de acompanhar estas aventuras, leia mais aqui!

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