Malvada Bitcoin (?)

Partilhe este artigo!

No Natal de 2021 dei a minha palestra ‘A Rã na Panela’ no Teatro D. Maria II e, no final, colocaram-me algumas questões. Uma delas foi “Que penso eu acerca das criptomoedas” no que diz respeito ao tremendo consumo de energia que lhes está associado.

A minha resposta focou-se no facto de o sistema ‘convencional’ bancário ser, ele próprio, um tremendo gastador de energia e terá revelado a minha ignorância sobre o tema. A verdade é que, na altura, não estava ciente do tremendo gasto de energia associado às criptomoedas.

Três anos depois, e com um investimento considerável de Bitcoin no meu portfolio, dei-me finalmente ao trabalho de aprender algumas coisas sobre este tema e, surpresa, ou não, o que li confirmou a minha perspectiva (ignorante) de há três anos. Dir-se-ia, por isso, que tenho bons instintos.

Este estudo realizado em 2019 pela Universidade de Cambridge revela que a energia gasta por Bitcoin é estimada em 50 TWh (tera-watts por hora), o que seria suficiente para ferver a água de todas as chaleiras europeias durante um ano, ou satisfazer as necessidades energéticas desta prestigiada universidade durante 365 anos. Por outro lado, a electricidade desperdiçada em electrodomésticos que estão sempre ligados desnecessariamente, nos E.U.A., seria suficiente para energizar toda a Bitcoin.

O que me leva o ponto que partilhei na tal noite de 27 de dezembro de 2021: então querem-me fazer acreditar que as centenas de milhares de dependências bancárias do planeta, mais as respectivas sedes, mais o transporte diário dos funcionários, mais o transporte dos clientes que lá se deslocam, tudo isso é suposto constituir um gasto energético inferior ao da Bitcoin e outras criptomoedas?

Mas está tudo doido?

É preciso não ter noção de… nada.

Assim sendo, desculpem lá se não me vou sentir culpado por ter investido (bem cedo) na Bitcoin e, agora, possa regozijar-me com a minha visão, numa altura em que muitos desconfiavam de que isto das criptos desse nalguma coisa. Antes de me apontarem o dedo pelo “excessivo gasto energético”, talvez possam olhar para os vossos hábitos e analisar, em profundidade, se é mesmo a Bitcoin que está a lixar o planeta.

Partilhe este artigo!

Deixe um Comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *