O Protocolo Caos

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‘O Sétimo Sêlo’ foi o meu primeiro livro do José Rodrigues dos Santos e teve um sabor agridoce porque vi as 600 páginas voarem mais depressa do que a aeronave que me levou a uma conferência nos EUA.

Nesse livro aprendi sobre a finitude precária das reservas de petróleo e fiquei hooked ao estilo deste autor, que alia os cliff-hangers no final de cada capítulo curto, à moda do Dan Brown, com apurados factos e conhecimentos científicos.

Foi com ele que aprendi as maravilhas da mecânica quântica, que já reproduzi aos meus alunos dezenas de vezes. Aprendi como o Calouste Gulbenkian foi o responsável pela explosão massiva da utilização do petróleo, virando a página dos anteriores motores a vapor.

Aprendi sobre a duplicidade do Vaticano, os tormentos da primeira guerra mundial, os horrores dos campos de concentração na segunda, a origem da Vida e as revoluções chinesa, russa e respectivas hipocrisias e mortes calamitosas que, cumulativamente, terão chegado a mais de 100 milhões. Sim, não é erro. As revoluções chinesa e russa terão provocado mais mortos do que a segunda guerra mundial e provavelmente todas as grandes guerras do século XX juntas. Tudo em nome dos “direitos do povo e do proletariado”. Pois sim.

Com ‘A Mulher do Dragão Vermelho’ e o ‘Protocolo Caos’, que acabei de ler, aprendi a forma como estas duas grandes potências planeiam dominar o mundo e pois claro que, quando se dizem estas coisas, rapidamente se levantam logo as vozes que gritam “Mas os americanos são iguais! Também querem dominar o mundo e interferem na política de outros países sempre que podem!”

Isso é absolutamente verdade, mas quem grita contra a América deixa pequenos detalhes de fora. A América não tem campos de ‘reeducação política’ onde milhões de escravos fabricam produtos que são depois vendidos por cêntimos. A América não mata de forma despudorada todos os adversários políticos. E a América não planeia, nem nunca planeou, dominar fisicamente o mundo, estendendo o seu Império de Vladivostoque a Lisboa. E estas são só algumas das pérolas que separam a hegemonia da América da pretendida pelas duas outras grandes potências. Na América, e aqui, podemos expressar livremente a nossa opinião, seja ela favorável, ou não, ao regime que está no poleiro. Mas tentem fazê-lo na China ou Rússia e acabarão a cozer ténis ou, então, afastem-se das varandas e janelas, porque é provável que caiam acidentalmente de uma…

Por todos estes motivos, e mais alguns, estou agradecido ao JRS e continuarei a ser um devoto fã das linhas que escreve, que são um verdadeiro bálsamo de realidade num mar de fantasia online. Todos os natais espero ansiosamente pelo seu trabalho mais recente e há anos quem nem preciso de dizer aos meus pais o que quero de presente, o que me poupa o trabalho de fazer uma lista. Isso é duplamente vantajoso, porque permite-me focar toda a minha atenção na (longa) lista que o Nikola prepara todos os anos!


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