
Team Work
Perguntam-me muitas vezes “Como consegues fazer tanta coisa??”
A resposta é incrivelmente simples: porque tenho uma equipa filha-da-truta.
Depois de duas décadas a partir o lombo diariamente no terreno, hoje em dia já não me lembro de quando foi a última vez que carreguei tanques de 200 kg para cima de um camião, ou dei cabo das costas a retirar o carvão activado sujo de dentro dos filtros.
Enquanto a rapaziada passa a vida dentro de água a apanhar peixes, na maioria das vezes à noite, este vosso criado está em frente ao portátil a fechar negócios por email, pagar contas e mandar facturas (chorudas) aos clientes, lembrando alguns que isto não é a Santa Casa da Misericórdia e já se estão a esticar no prazo de pagamento.
E se posso raspar-me pontualmente para descomprimir e ir ver uma cinemoca com a Nina, é porque esta tropa está na estrada a apanhar materiais, levar caixas com peixes ao aeroporto e UPS, a embalá-los pela noite dentro e a conduzirem horas sem fim por essa Europa fora.
Em suma, hoje em dia vou apenas nos transportes “especiais” e num registo de quase “artista convidado”, que se senta ao volante de uma operação que envolveu milhares de horas de preparação até se chegar ao ponto em que um camião TIR está atestado de bicharada e pronto a seguir viagem.
Esta Newsletter é, por isso, para eles – e elas. Porque, sim, depois de 15 anos de testosterona galopante, duas jovens biólogas decidiram aventurar-se nestas andanças e têm-nos mostrado que já devíamos era ter buscado a assistência da sensatez feminina mais cedo.
Aqui fica um abraço reconhecido aos maravilhosos membros da equipa Flying Sharks – e todos os nossos magníficos parceiros e fornecedores – que, desde 01-09-2006, movimentam animais aquáticos desde a origem (nem sempre portuguesa) até ao destino, com profissionalismo, rigor, dedicação ímpar – e uma pontinha de loucura, porque isto não é trabalho para chat@s.
Obrigado pelo vosso esforço incansável e aproveito para vos pedir desculpa pelas ocasionais mensagens num tom mais ríspido, mas isto de transportar animais vivos dá uma ansiedade fdp e, às vezes, os dedos teclam sem filtro.
Vosso, com orgulho emocionado,
João